terça-feira, 24 de março de 2015

Um Olhar Sobre a Função Paterna

Escrito pela Psicóloga Fernanda Guimarães.

Muito se fala da importância da função materna na vida dos seres humanos . Ela é fundamental, mas tão necessária quanto ela é a função paterna. E não falo aqui necessariamente dos pais biológicos, mas de todos aqueles que exercem essa função.
A figura paterna é responsável por questões muito importantes na formação de um indivíduo. Entre elas, algumas merecem destaque, como:

  • A função de educar e estabelecer limites, que são fundamentais para inserir o indivíduo no meio social  de forma adequada. A noção de limite deve ser passada desde muito cedo, a partir do primeiro ano de vida, para que  a criança possa perceber e internalizar seus limites e restrições, entendendo assim o que ela pode, ou não, fazer. Essa noção refletirá em seus relacionamentos futuros e em sua maneira de se posicionar na sociedade.
  • Oferecer suporte e apoio emocional para a socialização, estimulando a criança a ganhar confiança para expandir suas relações fora do meio familiar . Durante os primeiros anos da infância, ela é muito dependente da mãe. Muitas vezes, isso faz com que a criança se sinta segura somente diante de sua presença. Além de figura paterna, o pai, nesse período, representa simbolicamente os vínculos e relacionamentos externos a essa relação mãe-criança.  E o seu papel é fazer com que o filho  se desprenda dessa relação de dependência materna, e comece  a explorar novos relacionamentos. Isso  possibilitará o desenvolvimento adequado de suas habilidades sociais. Uma maneira do pai fazer isso seria participando ativamente do dia-a-dia dos filhos, dividindo sempre que possível com a mãe  os cuidados com a criança e estimulando nesta o convívio com outras pessoas e a sua independência.
  • A função de protetor da família, gerando na criança a confiança de ter alguém que a protegerá enquanto ela não puder fazer isso sozinha.
  • Dar afeto e carinho. A relação saudável entre pai e filho auxilia no desenvolvimento de auto-estima e auto-confiança na criança. Uma forma que muitos pais encontram para se aproximarem dos filhos é através das brincadeiras. Elas  são importantes, pois fortalecem o vínculo, a intimidade e o grau de confiança entre eles. No entanto, elas precisam acontecer de modo natural e no momento propício, para que não se tornem algo mecânico e sem prazer para um dos lados. Muitos pais forçam a criação de brincadeiras para  satisfazerem o desejo da criança de brincar com eles. Isso não traz benefícios para ela, pois não a ensina a lidar com a frustração de não ter o seu pedido atendido. Outro ponto fundamental é estimular o filho a brincar com outras crianças, o que irá favorecer o desenvolvimento de suas habilidades sociais.

É importante ressaltar que uma relação saudável entre pais e filhos  é aquela onde há apoio emocional, sem que haja super proteção. Por exemplo, o pai que deixa o filho ganhar toda vez que fazem alguma atividade onde haja competição, como em jogos, ou o pai que tenta resolver os conflitos do filho ao invés de estimulá-lo a refletir e encontrar uma solução, não estão trazendo nada de bom a essas crianças – pelo contrário,estão mostrando a elas uma visão distorcida da realidade, o que pode fazer com que esses sujeitos se tornem adultos  que não sabem lidar com frustrações e que desistem facilmente de seus objetivos.

Fernanda A. Linhares Guimarães
Psicóloga – CRP:06/90599
Rua Arnaldo Ricardo Monteiro, 71, São José dos Campos
Tel:12-39414392
 

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