O Mestre de Artes Marciais e Especialista em Sociologia Roberto Guimarães realizará o lançamento independente de seu livro as "Artes Marciais na Pós-Modernidade: Educação para o Autoconhecimento e Desenvolvimento da Autonomia".
O evento está previsto para Dezembro de 2016 e você pode ser um colaborador adquirindo um exemplar. Desta forma, você estará colaborando com a Educação, pois 25% da tiragem (1000 unidades) será destinada gratuitamente a escolas de São José dos Campos, São Paulo e Vale do Paraíba. Serão, nesta primeira fase do projeto, 250 escolas beneficiadas. Participe!
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SÍNTESE DO PROJETO
Realizar a
edição e a distribuição de um livro sobre os fundamentos das artes marciais
para sua utilização na educação, intitulado Artes
Marciais na Pós-Modernidade: Educação para o Autoconhecimento e Desenvolvimento da Autonomia, com tiragem inicial de 1.000 (mil) exemplares. Por meio de elaborações sociológicas,
psicológicas e filosóficas, a obra apresenta as artes marciais como
ferramentas acessíveis para complementar a educação tradicional e reduzir suas
carências, possibilitando a integração do indivíduo, o desenvolvimento de sua
autonomia e sua formação moral em uma realidade caracterizada pela
transitoriedade e predominância das relações econômicas.
OBJETIVOS
Os objetivos do projeto do livro Artes
Marciais na Pós-Modernidade são:
1- Realizar a edição de um livro sobre os fundamentos das artes
marciais, intitulado Artes Marciais
na Pós-Modernidade: Educação para o Autoconhecimento e Desenvolvimento da Autonomia, que:
- Conceitue as artes marciais como ferramentas acessíveis para
a complementação
da educação tradicional, tal que reduzam suas carências;
- Conscientize para a necessidade de uma educação integral,
que favoreça o
autoconhecimento por meio de vivências significativas nos campos
intelectual,
emocional e físico, simultaneamente, que as artes marciais podem
oferecer;
- Oriente pedagogicamente os educadores sobre os caminhos
para o
desenvolvimento da autonomia de seus educandos pela utilização das artes
marciais;
- Esclareça sobre a necessidade de um método ativo, que
proporcione atividades
compartilhadas para a formação moral dos indivíduos, em
vez dos métodos
puramente discursivos sobre moralidade;
- Apresente a importância na atualidade de valores inerentes
às práticas marciais
pedagogicamente orientadas, capazes de reverter tendências
nocivas de
comportamentos sociais estimuladas pelo regime econômico vigente,
tais como o
isolamento e o individualismo;
- Diferencie as utilizações educacionais das artes marciais
de outras correntes, tais
como as relacionadas exclusivamente aos campeonatos
ou à defesa pessoal,
muitas vezes nocivas para os fins de desenvolvimento
pessoal.
- O livro tem como público alvo educadores, dirigentes de instituições educacionais,
professores de artes marciais e pessoas interessadas nessas artes.
2- Realizar a distribuição de 250 exemplares para escolas da
rede pública de ensino, dos níveis fundamental e médio, em São José dos Campos, São Paulo e Vale do Paraíba, tal
que:
- Possibilite o acesso desse estudo sobre as artes marciais para os educadores que
buscam soluções
acessíveis para os problemas da educação;
- Auxilie e reforce a formação pedagógica dos professores de
artes marciais;
- Fomente a prática das artes marciais, principalmente para
fins educacionais;
A eleição das
escolas beneficiadas será de acordo com o número de alunos em cada unidade, tal que o maior número de pessoas possa ter acesso à publicação.
3. Valorizar socialmente a
leitura de textos e incentivar a formação de acervo de livros, possibilitando o
desenvolvimento de conceitos relativos ao aprendizado, desenvolvimento,
cidadania, conhecimento cultural, crítica e ética por meio dos conteúdos
expostos no livro.
JUSTIFICATIVA
Quando analisamos as características sociológicas da
pós-modernidade, verificamos que a transitoriedade decorrente dos avanços
tecnológicos, a emancipação dos indivíduos em relação ao Estado resultante da
predominância das relações sociais de característica econômica, a instabilidade
do emprego, a coisificação dos laços afetivos, entre outros, resultam em
isolamento, individualismo e dependência do consumo. Estes fatores afetam
consideravelmente o indivíduo na tentativa de autodeterminação, e
consequentemente passa a absorver tais características como indispensáveis à
formação de sua identidade. Neste cenário, falar em estabilidade, solidez,
planejamento, solidariedade, compartilhamento, e etc. é um contrassenso para
uma população educada quase exclusivamente para atender às demandas de mercado.
Se a ênfase do ensino ainda está relacionada à memorização de conteúdos e se dá
por meio de transmissão discursiva destes, faz-se necessário fomentar
atividades acessíveis e abrangentes que possibilitem o desenvolvimento da
autonomia individual, característica fundamental para a reversão dos muitos
males causados pelas incertezas desse cenário instável.
As artes marciais podem desenvolver essa autonomia, pois
não contemplam somente o elemento esportivo, como frequentemente são
compreendidas, mas os elementos artísticos, ao possibilitar a expressão e a
sublimação dos impulsos emocionais do ser, e social, ao propor atividades conjuntas
cujos conflitos podem ser mais bem solucionados quanto mais diferentes forem os
companheiros de prática. Isso resulta numa abertura às próprias emoções, às
emoções do outro e na valorização do outro
e de suas diferenças.
As características das práticas marciais também favorecem o
desenvolvimento de valores importantes para o enfretamento das adversidades da
vida atual, tais como coragem, disciplina, integridade, perseverança,
autocontrole, responsabilidade, cortesia, retidão, lealdade e liderança.
Infelizmente, porém, com o pouco apoio institucional à
formação dos professores de artes marciais e desempenho dessas atividades, a
qualidade e a ênfase das práticas marciais se vê atualmente comprometida,
principalmente pela limitação de suas potencialidades ao âmbito esportivo e
competitivo.
Assim, o livro visa atender as carências de informação
sobre as artes marciais no que se refere ao seu caráter pedagógico, de
desenvolvimento pessoal, tal que as escolas possam contar com uma ferramenta e
uma metodologia eficientes para este desenvolvimento, os professores de artes
marciais tenham referências para melhorar a eficiência de seu exercício
profissional, e a população se veja beneficiada com uma atividade inclusiva,
acessível e que auxilia no enfrentamento das incertezas, na redução do medo
social, na reversão da passividade frente às adversidades, e etc.
Serão 170 páginas, com
imagens cedidas pelo fotógrafo Daniel Pereira Leite.
SOBRE O AUTOR
Graduado em Engenharia, Roberto Cesar Guimarães da Silva é
Mestre de Hap Ki Do Won Kisul, com a graduação de 5° Dan de Faixa Preta,
Professor de Tae Kwon Do Tradicional, 1° Dan de Faixa Preta, e Professor de
Kung Fu Yau Man. Com aproximadamente 20 anos de envolvimento com as artes
marciais, realizou uma Pós-graduação em Sociologia e o tema de seu trabalho de
conclusão de curso foi "As Artes Marciais em Tempos de Modernidade Líquida: Educação para o Autoconhecimento".
Além das aulas regulares de Artes Marciais que oferece,
trabalhou com pesquisa de opiniões e visitou 16 Estados do País, onde pode se
deparar com inúmeras carências sociais. A partir destas constatações, passou a
se interessar por Psicologia, Sociologia, e Filosofia, entre outros, com o
intuito de identificar as raízes desses problemas e criar soluções para eles,
por meio de sua área de atuação.
Tem como Mestre o Sociólogo e Historiador Francisco
Taboada, Grão-Mestre de artes Marciais, com quem discutiu conceitos e vivenciou
experiências e pesquisas sobre o tema das artes marciais e o desenvolvimento do
indivíduo. Taboada é autor de 4 livros, dos quais 2 são dedicados às artes
marciais, textos que serviram de ponto de partida para as pesquisas realizadas
para essa obra.
Juntamente com a Psicóloga Fernanda Guimarães, oferece palestras sobre
temas importantes ao cidadão comum, tais como o Bullying, a Síndrome de Burnout
entre outros, e pesquisa sobre pedagogia e metodologias de abordagem inclusiva,
acolhedora e centrada no aluno, tais que permitam ao educando sua livre
expressão individual.
INTRODUÇÃO DO LIVRO (texto com Direitos Autorais reservados)
A ideia de escrever este livro surgiu em uma conversa com o
Mestre Luiz Gustavo dos Santos Saldão, meu primeiro professor de Won Kisul (Hap
Ki Do) e hoje meu sócio, enquanto formatávamos os temas educacionais abordados
nas apostilas que apresentamos aos nossos alunos de artes marciais. O fator
motivador foi a indignação com o enorme contraste entre o conceito amplo de
educação e o que é realizado pelas instituições educacionais no Brasil, sejam
públicas ou privadas. Temos a noção de que o futuro da humanidade está na
educação, de que a educação é a base de uma sociedade que visa construir um
futuro próspero. Porém, o que está sendo realizado nesse campo não é suficiente
para sustentar tão grandioso propósito.
Como reflexo das ideologias dominantes, a educação tem se
restringido, muitas vezes, a oferecer formação técnica para atender as demandas
do mercado, e, dadas as atuais condições de instabilidade do emprego, a corrida
pela subsistência tem se utilizado dela como principal meio favorecedor. Isso
alimenta a acirrada competição imposta por um sistema naturalmente incapaz de
englobar a todos, uma vez que se baseia na perpetuação de estados de
necessidade como motivadores do impulso consumidor.
Com o foco no desenvolvimento intelectual baseado na
memorização de conteúdos, os campos físico, emocional e social se tornam
desequilibrados, subdesenvolvidos. De promotora do futuro da humanidade,
reduziu-se apenas a uma forma de transmitir ao indivíduo as informações
necessárias à obtenção de destaque para que possa sobrepujar os concorrentes e
garantir uma vaga de trabalho.
Assim, não se pode falar em realização pessoal, pois os
objetivos individuais são determinados por parâmetros externos; não têm a ver
com os nossos anseios orgânicos, com as nossas vontades reais. Ou estas se
acomodam às “regras do jogo” ou têm que ser escondidas por detrás das máscaras
que criamos para nos tornar adequados. Ficamos, contudo, obrigados a lidar com
altos níveis de frustração e de vazio existencial.
Além disso, o estado atual do desenvolvimento tecnológico
tem possibilitado a obtenção de grande quantidade de informações, de todas as
naturezas e de todos os cantos do mundo, o que tem resultado na valorização
extrema da informação em detrimento da experiência.
Com o acelerado ritmo de vida que se impõe, esse volume de
informações disponíveis supera em muito a nossa capacidade de transforma-las em
vivências significativas, ou seja, de traduzi-las em conhecimentos
transformadores, que promovam evolução. A redução da experiência é, por
exemplo, um dos fatores contribuintes para a entrada cada vez mais tardia em
uma instável e insegura vida adulta, conforme comprovamos através dos
crescentes índices de filhos adultos que permanecem dependentes dos pais, tanto
financeira quanto emocionalmente, por períodos cada vez mais longos.
Legitimada pelas ideologias dominantes e pela educação, a
sociedade continua reproduzindo, no processo de desenvolvimento do indivíduo,
as condições para o afastamento de si mesmo.
Veja que, nos primeiros anos de vida do indivíduo, o
processo de autoconhecimento é visto como natural, e o anseio por evolução
possibilita um desenvolvimento acelerado, de caráter espontâneo, e que tem como
objetivo o reconhecimento e aprimoramento das próprias potencialidades. Aprende
a se diferenciar do mundo, a coordenar movimentos, a se locomover, a se
comunicar e a interagir com o meio e com outros seres. Através dessas
interações passa a entender as relações afetivas e as assimila como parte de
sua existência. Nesta fase, sua noção de si tende a se expandir com incrível
velocidade.
Quando, porém, o indivíduo, com a sua inteligência ainda em
desenvolvimento, passa a apresentar para o meio as características próprias de
sua natureza, tanto os pais como a sociedade começam a reprimir os traços da
personalidade que o caracterizam. Limitam, assim, a espontaneidade de suas
ações, e forçam-no a se adequar aos sistemas massivos de conduta. Em casa pelos
infinitos nãos que seus responsáveis desmedidamente lhe conferem, na escola por
meio de sistemas de ensino que apresentam o mesmo programa para tantas
personalidades diferentes, e etc.
Desta forma, o processo de autoconhecimento é continuamente
afetado. Conforme mencionado, a formação pessoal passa a se compor
principalmente por voláteis parâmetros determinados externamente; pela valorização
de tudo o que se enquadra nos padrões de sucesso econômico – tais como o
retorno financeiro, o bom posicionamento em empresas renomadas ou outros
benefícios imediatos – mas com a consequente desvalorização daquilo que
satisfaz ou que promove realização.
Comprovamos isso nos discursos remetidos aos jovens, tais
como “sem estudo não serão ninguém”, ou “quem não trabalha é vagabundo”,
vestígios ainda de uma ética baseada no emprego como objetivo da vida, como
legitimador da boa moral e como fundamento da participação social para a
construção do almejado “progresso”.
Mas, infelizmente, o conhecimento técnico e a carreira não
são suficientes para determinar o indivíduo em todas as frentes de suas vidas.
São, sem dúvida, aspectos importantes da vida, mas não a vida. O abrupto
aumento nos casos de depressão entre os adolescentes vem a comprovar que este,
por ser um pensamento parcial e fragmentador, não permite o desenvolvimento
pleno das características individuais nem a solidificação de valores auto apropriados
que os orientem no confronto com as inúmeras adversidades e reveses inerentes à
existência.
E quando os primeiros sinais dos estragos causados por esse
processo de formação desviado começam a aparecer, vemos pais e cuidadores
tentando compensar os prejuízos por meio da superproteção, disfarçada de afeto.
Uma redenção da culpa pela incapacidade de participar e de estimular o
desenvolvimento integral do indivíduo, e que apenas piora o quadro ao postergar
o confronto dos filhos com as responsabilidades da vida em sociedade.
Sem ferramentas internas capazes de prover direcionamento,
vemo-los procurando o conforto para suas aflições no consumo, cedendo às
promessas de garantida satisfação que somente lhes tiram ainda mais o foco de
si e não propõem mais do que alguns curtos momentos de prazer, como uma droga
que os desconecta de suas realidades insuportáveis, mas que cobra o preço da
dependência.
Essa é a formação que propomos aos futuros dirigentes da
humanidade. Continuamos nos apoiando em preceitos que já se comprovaram falhos
nas gerações passadas, apenas porque já estão estabelecidos, são massivamente
aceitos, e cuja aplicação não requer grandes explicações e nem maiores
esforços. E ainda esperamos compor uma sociedade saudável a partir de indivíduos
incapazes de estabelecer objetivos que respondem às suas demandas orgânicas,
incapacidade que aumenta quanto maior a incongruência entre o seu eu real e o
eu de fachada.
Para mudarmos esse quadro, precisamos oferecer um modelo de
educação que forme o indivíduo de maneira completa. Devemos possibilitar à
sociedade o acesso a uma educação integral, que atinja todas as classes sociais
e faixas etárias. Denomina-se integral porque visa equilibrar todas as esferas
do indivíduo - a física, a emocional e a intelectual. Somente se conciliando
consigo mesmo é que o indivíduo poderá se conciliar com os outros e trabalhar,
em conjunto com estes, para a evolução da humanidade.
Pode parecer uma longa busca, ainda mais para uma sociedade
que se atribui o espírito de pecadora; que se percebe indigna e incapaz de
sucesso por se basear em relações de opressão, mas é uma busca possível.
A formação integral pressupõe, entre outros, a associação
das artes e dos esportes à educação convencional, ou técnica. As artes porque
permitem a livre expressão, e através delas entramos em contato com as nossas
características emocionais, aquelas que somos ensinados a esconder na parte
mais profunda de nossos inconscientes. Quantas vezes ouvimos uma música ou
poesia que nos fez chorar ou sorrir? Quantas vezes, apenas por olhar uma
pintura ou escultura, nos transportamos e vivenciamos momentos que seriam
difíceis de colocar em palavras? Ao percebermos nestas obras as cargas
emocionais que deixam transparecer e que as geraram, podemos reconhecer, nomear
e elaborar as intensas emoções que nos assolam. Ao criarmos arte, podemos
afirmar nossa identidade e sublimar impulsos não gratificados, ou seja,
construir nossas obras pela transformação de anseios retidos. Podemos, com
isso, comunicar nossas emoções a outros indivíduos, gerando identificação e
empatia por aquilo que é humano.
Os esportes, por outro lado, porque atuam no conhecimento e
no preparo do corpo físico. Promovem não somente a melhora da estética
corporal, motivo pelo qual são mais procurados, mas propõem, entre outros, o
desenvolvimento das capacidades coordenativas e o ganho de autoconfiança pelo
reconhecimento e pela superação dos próprios limites, resultado natural da
prática constante de determinada disciplina. Proporcionam também o sentimento
de pertencimento, o desenvolvimento das capacidades de socialização e encorajam
para a ação, transformando os indivíduos de pacientes em agentes da realidade.
Ainda, melhoram a saúde e a capacidade de suportar as pressões do cotidiano que
têm atingido a população, como os graves casos de estresse e outros males que
debilitam o organismo e impossibilitam o bem-estar.
Neste livro, apresentamos as artes marciais como
ferramentas transformadoras que favorecem o autoconhecimento, desenvolvem a
autonomia individual e promovem valores essenciais ao indivíduo na condução da
vida em sociedade. São caminhos de realização que conciliam arte e esporte em
uma única modalidade. Arte porque
permite a livre expressão através dos movimentos. Esporte porque sua prática se
faz através de movimentos bastante elaborados, dinâmicos e explosivos, que
constroem um excelente condicionamento físico e a fina coordenação motora por
meio dos frequentes treinamentos.
Infelizmente, muitos interessados, praticantes, professores
e mestres não dispõem de ferramentas para contemplar as artes marciais em sua
totalidade e limitam-se aos seus aspectos competitivos e práticos, que apenas
dotam o indivíduo de extremos poderes combativos e, se associados com
irresponsabilidade e falta de controle, resultam nas constantes demonstrações
de selvageria que temos sido obrigados a presenciar. Se direcionadas por
educadores qualificados, porém, são excelentes opções para a melhoria
individual e social, e tornam possível atingir um ideal de educação que podemos
confiar aos nossos filhos, capaz de impulsionar a humanidade em seu
desenvolvimento.
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